sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Projeto do livro: PERSEGUIÇÃO




TÂNIA ALEXANDRE MARTINELLI
Ilustrações de LELIS



Sobre a Obra
Não, não, este não é um livro de aventura. A perseguição é outra. E tem nome: bullying.

Leo e Malu sofrem esse tipo de perseguição no nono ano: são alvos de comentários maldosos, apelidos depreciativos, agressões gratuitas, brincadeiras de mau gosto. Todos os dias. Por causa do cabelo, do peso, da roupa, não importa. É tudo preconceito.

Preconceito? Ah, mas é só brincadeira! , alguns vão dizer. Não precisa ser radical, qual o problema? Eles não ligam... .

Ligam sim. E não sabem o que fazer. Em quem confiar? Para quem contar? Como anular as provocações e reestruturar a autoestima?

Duas pessoas, duas histórias semelhantes, mas com duas formas diferentes de lidar com a situação...

Temas para atividades
Ética: comportamentos e atitudes presentes no ambiente escolar; valores que devem nortear a convivência na escola e na sociedade: respeito, justiça, solidariedade, diálogo; reflexão e questionamento de atitudes, posturas e valores;
Bullying : o que é, como reconhecer e combater; ciberbullying a perversidade virtual;
Comportamento e ética: apelidos pejorativos, fofocas, ameaça, isolamento e calúnia, preconceito;
Ética e saúde: adolescência formação da identidade e autoconhecimento; a autoestima e as relações interpessoais
Internet: sites de relacionamento aspectos positivos e negativos; sua utilização como forma de fazer amizades e contatos profissionais, reencontrar amigos etc.
Trabalho e Consumo: as profissões de turismólogo e jornalista formação, mercado de trabalho, atividades desempenhadas, área de atuação e cotidiano.

Professor, as atividades abaixo complementam as propostas encartadas no suplemento de atividades da obra.

PESQUISANDO

1) A cidade de Iracemápolis aparece no enredo de Perseguição. Peça aos alunos para pesquisar sobre esse município brasileiro:
a) Em que Estado ele fica?
b) Qual a principal atividade da região?
c) Quantos habitantes Iracemápolis tem?
d) A que distância de capitais próximas esse município fica?
e) Qual a origem do nome que recebeu?
A pesquisa pode ter como ponto de partida o site www.iracemapolis.sp.gov.br

REFLETINDO

1) Somos diferentes. Era simples, simples demais até, mas talvez aí residisse parte da explicação: as pessoas não aceitavam as diferenças, o que não é igual a mim não merece ser respeitado .
Talvez fosse isso. Somos diferentes. (p. 86)

Esta foi uma das explicações que Malu encontrou para justificar o comportamento agressivo de alguns colegas para com ela e com Leo. Pergunte aos alunos se eles concordam com a afirmação de Malu e promova um debate sobre o respeito às diferenças.

2) As constantes agressões verbais e escritas sentidas por Malu abalaram sua autoestima, e sua relação com o espelho ficou fragilizada. Os seguintes trechos extraídos do livro, bem como o capítulo "A menina do espelho", podem ser explorados em sala de aula para fomentar com os alunos um debate sobre autoestima versus avaliação alheia:

Saí enrolada numa toalha e fui procurá-lo. O meu inimigo. Maldito espelho que me fazia enxergar todos os defeitos mesmo que eu não quisesse! Maldito espelho! (p. 17)

Os olhos maliciosos de Paula, Patrícia e Mariana eram espelhos de mim. (p. 35)

Pergunte aos alunos:
a) Por que a aprovação dos outros é tão importante? Será que é mesmo?
b) De que forma a mídia colabora para estabelecer determinados padrões estéticos?
c) Ser diferente desses padrões significa ser estranho?
d) O que é ser autêntico?
e) O que é ter estilo?

Elabore exemplos para tornar a sensação de preconceito mais próxima aos alunos, como:
a) Se você tivesse muitas tatuagens no corpo, seria bem-visto na hora de procurar um estágio? Por quê?
b) Se você pintasse seu cabelo de verde e roxo e saísse na rua, as pessoas olhariam para você? Com que cara? etc. (Professor, sugerimos a leitura de outro livro da autora, Quero ser belo , que trata desse tema).

3) Com o advento do computador e o aumento da violência, é comum, principalmente nas grandes cidades, os jovens passarem mais tempo online , em softwares de mensagens instantâneas e comunidades virtuais, do que fazendo alguma atividade externa, como passeios ao ar livre. Alia-se a esse fator também a diferença de comportamento que alguns jovens demonstram dentro e fora da internet. Conectados, protegidos por um pseudônimo ou pelo anonimato, muitos conseguem ser mais extrovertidos que no mundo real.
Explore essa diferença com os alunos, entre mundo real e mundo virtual. Parta da seguinte afirmação da personagem Malu:

(...) o computador ligado e eu conectada a outro mundo. Não me interessava que fosse virtual; nele, eu tinha lugar. (p. 35)

4) Abaixo citamos alguns trechos de reportagens relacionadas ao tema bullying , que podem ser levados para sala de aula e discutidos com os alunos. O ideal é que as reportagens sejam lidas integralmente, mas, mesmo que apenas com os trechos abaixo, pode-se fazer um trabalho em grupo nas salas de aula: cada grupo fica responsável por uma das reportagens, que lerá e discutirá. Depois, os grupos devem trocar impressões sobre o que leram, contando uns para os outros os enfoques dados ao tema. Em seguida, com a ajuda do professor de Artes, os grupos podem confeccionar materiais (panfletos, cartazes, um rap , músicas, vídeo) para montar uma campanha antibullying no colégio, conscientizando os alunos de outros anos.

I) Dois adolescentes de classe média, de 15 e 16 anos, terão de prestar serviços comunitários por seis meses. Motivo: eles são acusados de terem apelidado de bode e xingado uma colega de classe de uma escola tradicional de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo). Eles são, ainda, acusados de divulgar os xingamentos na internet .
(COISSI, Juliana. Juiz pune jovens por xingarem colega de bode em Ribeirão Preto SP . Folha de S. Paulo , 17/10/08. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u457253.shtml . Acesso em: 20/05/10.)

II) Pelo menos 12 das 24 crianças que estão na lista de vítimas de uma suposta rede de pedofilia em Catanduva estão sofrendo discriminação dos colegas, o chamado 'bullying', na escola municipal Nelson de Macedo Musa, no Jardim Alpino. Segundo os pais, eles choram e dizem não querer mais estudar.
(MADUREIRA, Roberto. Vítimas de pedofilia sofrem intimidação na escola de Catanduva SP . Folha de S. Paulo , 05/03/09. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u529752.shtml . Acesso em: 20/05/10.)

III) SÃO PAULO - Cerca de 66% dos alunos do ensino fundamental e médio disseram ter sofrido ou cometido agressões contra seus colegas de escola nos últimos seis meses, segundo pesquisa feita pelo Núcleo de Análise do Comportamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Entre os tipos mais comuns relatados estão soco, chute, revide a agressões físicas e até apelidos depreciativos. O resultado disso é que o estudo identificou presença quatro vezes maior de indícios de depressão entre alunos que são vítimas e sete vezes mais entre agressores e vítimas agressivas.
A pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de identificar as principais características de bullying - nome dado à violência interpessoal entre indivíduos da mesma condição - nas escolas brasileiras.
( UFPR: 66% dos alunos se envolvem em agressão na escola . O Estado de S.Paulo , 26/02/09. Disponível em: www.estadao.com.br/geral/not_ger330100,0.htm . Acesso em: 30/04/09.)

IV) Segundo Charles Martins, assessor de educação da ONG inglesa Plan, que a partir de fevereiro de 2009 mapeia a prática de bullying em escolas brasileiras, "As crianças aprendem que a violência é um mecanismo primário para negociar relacionamentos". Ele enfatiza que a intimidação física, verbal ou social está ligada a experiências de violência em casa.
(Adaptado de: WESTPHALEN, Ana Luísa. ONG irá mapear casos de violência escolar no Brasil . O Estado de S. Paulo , 7/10/08. Disponível em: www.estadao.com.br/geral/not_ger255700,0.htm . Acesso em: 30/04/09.)

V) "Um estudante da 7.ª série de um colégio particular de Belo Horizonte foi condenado a pagar uma indenização de R$ 8 mil pela prática de bullying - agressões psicológicas e físicas, intencionais e repetidas - contra uma colega de sala. [...] Na ação, a aluna [...] relatou que, com pouca convivência, o colega passou a lhe colocar apelidos e a fazer insinuações, que se tornaram frequentes com o passar do tempo. [...] Segundo o Tribunal de Justiça de Minas, [...] [os] pais do jovem afirmaram no processo que há uma 'conotação exagerada e fantasiosa' sobre a relação entre os alunos. O casal classificou os episódios como brincadeiras entre adolescentes, que não poderiam ser confundidas com bullying. E disse que o filho, após o ajuizamento da ação, sofreu danos morais, pois passou a ser chamado de 'réu' e 'processado'. O juiz, porém, considerou comprovada a existência do bullying, ressaltando que a discussão é nova no âmbito judicial. 'O dano moral decorreu diretamente das atitudes inconvenientes do menor estudante, no intento de desprestigiar a estudante no ambiente colegial, com potencialidade de alcançar até mesmo o ambiente extracolegial', afirmou na sentença. 'As brincadeiras de mau gosto do estudante, se assim podemos chamar, geraram problemas à colega e, consequentemente, seus pais devem ser responsabilizados, nos termos da lei civil.'"
(KATTAH, Eduardo. "Aluno terá de pagar R$ 8 mil por bullying". O Estado de S.Paulo . 20/05/10. Disponível em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100520/not_imp554161,0.php . Acesso em 20/05/10.)

VI) "Uma pesquisa nacional sobre o bullying [...] mostrou que cerca de 70% dos alunos do País já viram algum colega ser maltratado pelo menos uma vez na escola. Na Região Sudeste, o índice chega a 81%, revela estudo feito pelo Centro de Empreendedorismo Social e Administração em Terceiro Setor (Ceats), a pedido da organização não governamental (ONG) Plan. [...] Os estudantes entrevistados apontam diversos motivos para a violência escolar, entre eles a omissão da escola, influência de comportamentos familiares agressivos, busca por popularidade, o status e a aceitação em um grupo. [...]"
(AGÊNCIA BRASIL. "Pesquisa revela que 70% dos alunos já presenciaram maus-tratos de colegas." O Estado de S. Paulo , 20/05/10. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,pesquisa-revela-que-70-dos-alunos-ja-presenciaram-maus-tratos-de-colegas,554301,0.htm . Acesso em 20/05/10.)

VII) "O adolescente M. A. D., 15 anos, morreu no fim da noite de terça-feira, 11, em Porto Alegre, após levar um tiro de outro jovem, de 14 anos, após desentendimento por conta de prática de bullying na escola. O autor do disparo já se entregou à polícia. Segundo informações do delegado Andrei Vivan, responsável pelo caso, a vítima sofria de ataques de bullying na escola, provavelmente devido ao seu porte físico grande, que originava ofensas, piadas e até agressões físicas. M. costumava se defender do bullying com agressões físicas. [...] Segundo o delegado Vivan, os adolescentes não estudavam na mesma escola, mas tinham conhecidos em comum e desavenças. Ele [o autor do disparo] teria tomado as dores de um amigo que, por conta do bullying, teria sido agredido por M. [...]"
(SPIGLIATTI, Solange. "Jovem é morto devido a suposto caso de bullying em Porto Alegre." O Estado de S.Paulo , 13/05/10. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,jovem-e-morto-devido-a-suposto-caso-de-bullying-em-porto-alegre,551178,0.htm . Acesso em: 20/05/10.)

SUGESTÕES DE LEITURA COMPLEMENTAR:

COLAVITTI, Fernanda. Inferno na escola: a intimidação das crianças pelos colegas arrasa a autoestima e pode trazer problemas de aprendizado . Veja , ed. 1704, 13 jun. 2001, p. 142. Disponível no acervo digital da revista, de acesso gratuito: http://veja.abril.com.br/acervodigital .

FANTE, Cleo; PEDRA, José Augusto. Bullying escolar perguntas e respostas . Porto Alegre: Artmed, 2008.
PROJETO

Guia de turismo
Ponto de partida: Hoje em dia é possível fazer turismo em qualquer cidade. Cada uma é que tem de estudar e explorar o seu potencial , uma fala da personagem Malu.
Disciplinas envolvidas: Português, História, Geografia e Artes

1.º passo
Peça aos alunos que se reúnam em grupo para a leitura de um trecho do livro, abaixo transcrito, e discutam entre si suas opiniões a respeito: concordam, discordam, em termos, por quê?

Hoje em dia é possível fazer turismo em qualquer cidade. Cada uma é que tem de estudar e explorar o seu potencial. São Paulo tem o seu, Iracemápolis também.

2.º passo
Abra espaço para que falem a respeito de viagens a outras localidades. Quando viajam para um lugar que não conhecem, buscam antes informações a respeito dessa localidade? Que fontes costumam consultar?

3.º passo
Converse com eles sobre o que sabem sobre guias de turismo: já utilizaram; que informações trazem; costumam ou não consultá-lo quando viajam; que seção consideram mais interessante etc.

4.º passo
Explicite a proposta do projeto: a confecção de um guia de turismo da cidade ou do bairro onde vivem.

5.º passo
Disponibilize alguns exemplares de guias para os alunos manusearem. Em seguida, faça o levantamento dos aspectos que eles consideram importantes como parte de um guia. Algumas sugestões: localização; aspectos de sua história e geografia; pontos turísticos; população; arquitetura; gastronomia; datas comemorativas, curiosidades etc. (Podem ser utilizadas as informações sugeridas na ATIVIDADE DE PESQUISA se o guia for de Iracemápolis.)

6.º passo
Sorteie os temas sobre os quais cada um dos grupos ficará responsável de pesquisar e converse com os grupos a respeito das fontes que podem ser consultadas: bibliotecas, regional da Prefeitura, moradores e comerciantes locais, professores das disciplinas envolvidas etc.

7.º passo
Defina com a turma os aspectos da edição do material: formato, número de páginas, ilustrado em cores ou não, quantidade de exemplares etc.

8.º passo
Após a coleta do material, oriente a turma na confecção do guia. É preciso redigir os textos, organizá-los, selecionando e ordenando os temas, as imagens etc.; revisar o material; redigir as legendas das imagens; ilustrar (miolo e capa) etc.

9.º passo
Para registrar a atividade, verifique a possibilidade de organizar um evento para o lançamento do guia, aberto à comunidade.

Um comentário:

  1. Oi, sou Alena Cairo, vou trabalhar com estes livro em 2014. vamos trocar ideias? alenacairo@gmail.com

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